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19/09/2013

O DISCIPULO E A PROVA



O Mestre observava o seu Discípulo durante o percurso pelo deserto de Gobi. O Discípulo não sabia, mas o Mestre o colocava em prova, tanto da parte física  como da parte espiritual.

O Discípulo sabia que a dura disciplina no mosteiro era para ocasiões como esta chamada de missão. Também sabia que toda missão lhe seria explicada ao final e que não deveria perguntar sobre a tal jornada. Deveria seguir as orientações de seu Mestre com respeito e obediência.

Numa noite de extremo frio, O Mestre lhe disse:
- Discípulo  estamos ainda no inicio de nossa jornada; estás com fome e frio. Por isso te pergunto se não queres desistir.
O Discípulo esfregando os olhos das nevoas do frio, respondeu:
- Não desisto se meu Mestre não desistir.
O Mestre então chegou bem próximo de seu Discípulo e lhe disse:
- Não o fazes pela minha determinação, tem que ser a tua; mesmo que aconteça alguma coisa comigo, continua, mas siga sempre com a consciência limpa.

Continuaram a caminhada. Passaram-se dias. A alternância climática do deserto de Gobi mostrava agora uma temperatura elevada, com extremo calor.
Nesta noite o Mestre novamente perguntou ao Discípulo se queria desistir, pois a sede era grande.
O Discípulo então lhe respondeu:
-Mestre, como comandante de meu corpo e de meu espirito, continuo a viagem.
O Mestre então lhe disse:
- Siga em frente amanhã sozinho  Discípulo  pois não posso acompanha-lo; quebrei a perna ha poucos minutos atrás quando estavas na minha frente.
O Discípulo espantado então lhe disse:
- Mestre, como deixa-lo sozinho e seguir em frente?
O Mestre então lhe respondeu:
- Não deves perguntar a mim, mas a tua própria Consciência, ao teu coração.
O Discípulo compreendeu então que estava numa prova e meditou próximo ao seu Mestre.

A sua luz interior pediu auxilio a quem mais estava próximo de si.
O Mestre como que lendo seus pensamentos perguntou-lhe:
- Discípulo, a quem pedes auxilio?
O Discípulo então chegou perto do seu Mestre e lhe disse:
- Ao Ser Supremo que se encontra dentro de meu coração e ele me fez ver que tenho de esperar um dia ate que meu Mestre se recupere e prossiga comigo a jornada.

O Mestre então disse-lhe:
- Sentai a minha direita, querido Discípulo  esperemos e confiemos sempre na voz interior que irradia a Bem-Aventurança.


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